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CINTIA RIBEIRO RONDON
( BRASIL – SÃO PAULO )
Presidente da Seccional do Grande ABC da Academia Mundial de Letras da Humanidade. Arquiteta, Historiadora, Docente de Arte, História da Arte e Poeta.
Santo André, São Paulo, Brasil
BENFEITORES LÍTERO CULTURAIS DA HUMANIDADE – 2ª. Edição Coordenação Camilo Martins. Artur Nogueira, SP: Editora Paradigma, 2023. 180 p. 14 x 21 cm. ISBN 978-65-88993-04-0
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
HIPNOS OU MORFEU?
Em silêncio profundo anuncio
Guardo um universo em mim
Às vezes sou noite e de um frio profundo
Às vezes sou sol e de uma energia sem fim
Eu acredito sempre na luz das pessoas
Mas elas me assustam com escuridão
O resto de mim está em livros e sonhos
pelos cantos da casa, espalhados ao chão
Também brota de mim tantos eu
De Arquitetura, Natureza e poemas soltos
Também brota de mim outro eu
De pensamentos, sorrisos e cantos loucos
Durmo acordada em horas findáveis
Revirando-me nos lençóis de uma vida finita
Descansando sem descansar e à deriva
Acordos e vejo um mundo de mortes indescritíveis
Guardo um universo em mim
Mas elas me assustam com escuridão
Também brota em de mim outro eu
Descansando sem descansar e à deriva
Quem vens agora me visitar ao clarão?
INSÔNIAS DE LUZ
Minha insônia dá boas-vindas
Um prelúdio de amor a de passar
Por entre a casa, nas portas frias
Noite afora pelo quarto a vagar
Madrugadas mal dormidas
Um dia hão de cessar em vão
Recolheram-se já as andorinhas
Para, no amanhã, começar o meu verão
Sou feita de correntezas invisíveis
Como as de meu coração
Mas também de ressacas que ao luar
Incansavelmente tocam meu coração
Calmarias vem e vão sob o Sol
Amornam meu cansado corpo
Venhas logo, me ame amando!
E arranque meus braços da solidão
Nunca temo terremotos que insistem em me perturbar!
Tenho todo o oceano em mim e deuses para adorar!
Quem sabes tu possas ser meu mar ao estilo Monet!
Quem sabes tu possas ser Rodin em braços a me abraçar!
À ALMA GÊMEA DESENCONTRADA
Ato poético I
Você fez parte de um momento do passado
Em que eu não podia te amar
Mas passou na minha frente sorrindo
E sonhei nunca mais te abandonar
Porém anos e anos foram se passando
Em caminhos cheios de dor e ilusão
Me peguei sonhando em teu abraço
E revivi aquela luz no corpo explosão!
Lembrei do menino que gostava de cozinhar
Em temperos perfumados e aromas mil
E ele finalmente se por a viajar ao longe
Para a Paris dos meus sonhos. Ele viu!
Entre vinhos, doces, pratos e obras de arte
Anos ficou e voltou com talento em mãos
Enquanto me perdia acordada em solidão
E finalizava com alívio meu casamento!
Um dia meu coração voltou a bater
Um haikai meu disse que eu ia renascer
Foi então que mandei aquela mensagem
Que meu peito pular e arder!
Quantos suspiros devo ter dado em vão!
Até quando pode suportar meu coração?
Quando meu corpo parará de queimar?
Deus me livre desta maldição de não poder te amar!
Ato Poético II
Ser amada por ti é uma ilusão
Ou desacreditada por ti por precaução
Não quero que tudo acabe sem começo
Ser romântica assim é o que desejo!
Então encha-me com seus lábios
Até eu desejar estar no céu!
Lambuze minha boca com mel!
Inunda-me de estrelas e sorrisos
Sonâmbula no acordada navego
Me pego te espiando dormindo
Na face do amor me entrego
Varo noites apaixonada rindo
Te amar é estar na imortalidade!
Te ter é como adentrar no divino!
Já te beijei tantas vezes sonhando
É mais mil vezes num banho aquecido
Mas deixa-me agora em mim mesma
Temo não ter você em meu destino
O rouxinol e a cotovia me acordam
Cantam meu amor em desatino
Anos atrás te vi no meu caminho
Cheio de sonhos, Paris e vinhos
Mas eu só podia naquele momento
Te amar em segredo e devagarinho
Ato Poético III
Poetas! Me atinjam em meu peito
O amor tão longe de mim estás!
Como era belo seu sorriso e lábios
Quando você veio me abraçar!#
Que os dias passem de “não” em “não”
Como adoece meu pobre coração
Tudo isso é muito mais forte que eu
E que passe devagar de breu em breu
Um dia te amei se poder te amar
Foi um sorriso lindo que vi passar
Seus olhos verdes e cabelos loiros
De homem feito a me hipnotizar
Morrer, dormir... talvez sonhar
Shakespeare me consolas no meu andar
Talvez sonhar, depois dormir em vão
Em pedaços doces e amargos meu coração
Ato poético IV
Consolo-me em sonhos de noite
Entre Eros e Psique voo longe!
Meus pensamentos já não estão aqui!
Venha, alma gêmea, se junte a mim
Pare! Meu peito por ti dói tanto
Penso se é coisa do destino sou pranto
Amar quando eu não podia amar
E não tê-lo quando posso te ter
Dormir... morrer.. talvez sonhar
Diz de novo o poeta a me consolar
Meu amor no passado dormia
Meu amor no presente esfria
Queria como Romeu e Julieta
Não saber se é o rouxinol ou a cotovia
E como Romeu, você não se quem eis!
E como Julieta, eu poder finalmente te amar!
Encha-me meus lábios de céu
Inunda-me com o sol do seu sorriso
Desejo teu corpo ou um abismo
Quem me dera minha alma gêmea retornar
Amparo-me a cada dia em vão
Aperta tanto em meu peito meu coração
Lágrimas escorrem em meu rosto adormecido
Meu antigo amor, me ame escondido!
Me deixo perdida entre as Musas
Pois me acolhem com poetas e ilusão
Venhas logo, meu amor, não temas!
Nos ame com ardor e sem razão!
Você fez parte do meu passado
Lembrei do menino que gostava de cozinhar
Um dia meu coração voltou a bater!
Alma gêmea desencontrada a acordar!
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Página publicada em janeiro de 2024
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